O Brasil foi apontado como o país com o maior número de pessoas ansiosas no mundo em relatório publicado pela OMS em 2019. Quando o relatório foi elaborado, 18,6 milhões de brasileiros sofriam com o transtorno. O documento indicou também que a ansiedade é a segunda condição mental, depois da depressão, com maior incidência de incapacidade. Em 2020, o cenário continua o mesmo, de acordo com relatório publicado pela Ipsos, em junho deste ano, de 16 países pesquisados, o Brasil é o que mais sofre com ansiedade associada à pandemia do COVID-19. Dentre as possíveis soluções para esta situação, certamente está a meditação. Em uma revisão de estudos realizada pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, ficou comprovado que as práticas meditativas podem ajudar em casos de ansiedade, depressão e até dor.
As práticas meditativas são práticas de bem-estar, sem cunho religioso, exotérico ou místico. Segundo a Dra Sara Lazar, da Universidade de Medicina de Harvard, a meditação tem a capacidade de mudar e regenerar o cérebro. Isto se dá devido à neuroplasticidade - capacidade de reorganização dos neurônios após mudanças ambientais, experimentais, sociais ou físicas. Dra Lazar utilizou neuroimagens em seus estudos, acompanhando pessoas em programas de meditação. Após o período de 8 semanas, houve grande diferença no volume cerebral em 5 regiões dos cérebros dos participantes, que resultaram em: redução de estresse, redução de sintomas associados à depressão, ansiedade, dor e insônia, melhor habilidade de prestar atenção e melhor qualidade de vida.
Outro grande benefício da prática meditativa é o desenvolvimento da habilidade da presença, ou atenção plena, que é manter o foco no momento presente. A mente humana tem a tendência de constantemente escanear passado e futuro, o que pode gerar distração, pois a atenção permanece mais nas divagações da mente do que na realidade. Quando a mente fica muito no passado, pode haver uma tendência à depressão, e quando foca demais no futuro, pode causar ansiedade. A mente atenta e presente é capaz de responder aos estímulos com mais eficácia, sem reatividade ou ansiedade.
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